"...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."(Clarice Lispector) - By M. Alline =p

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sem pretensão

Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
(Fernando Pessoa)
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E ela olhava a vida passar pela janela, seus sonhos, suas vontades, seus maiores desejos, tudo o que ela sempre quis mas nunca ia conseguir. Sempre alguma coisa a impedia, e ela foi deixando pra depois...e depois...e agora ela não acredita mais que nada vá de fato se realizar, continua sonhando sim, mas são sonhos que não tem como virar realidade. Ela se acostumou. Se acomodou. Deixou de querer viver, pra simplesmente aceitar o fato de estar viva e ir seguindo...mas ela queria poder transformar tudo em realidade, não só sonhar mas também viver, sorrir mais do que chorar, chorar mas ter um colo pra reconfortar, e até isso virou um sonho sem pretensão. Ela vive no canto dela, as vezes deixa de tentar de fato viver, pra ficar quieta sonhando, e se pergunta o que há de errado com isso, já que ela acha muitas coisas realmente erradas com ela, não tem tanto problema querer viver um pouco a única coisa que faz bem, que é o canto dela, os sonhos, onde ela pode ser o que quiser e ter o que quiser, mesmo sabendo que é sonho ou loucura, mas é bom, faz ela sorrir, faz ela feliz de certo modo, e isso já é perfeito.

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