"...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."(Clarice Lispector) - By M. Alline =p

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Talvez você também saiba de sua dor,
Talvez um dia também tenha chorado escondido,
Fingindo que nenhuma dor existe,
Mesmo com o coração ferido...
Talvez você já tenha dado o melhor de você
Mesmo ouvindo que seus sonhos são vazios...
Já ouviu alguém dizer,
Que as coisas nunca serão como você quer?
Talvez você já tivesse que se esconder
Atrás de olhos fingidos
Atrás de palavras não ditas,
De sonhos não realizados,
De musicas nunca tocadas...
Ou será que prefere desligar o rádio para que nunca toquem?
Talvez saiba o que é ficar quando se quer partir,
Ou partir quando se quer ficar,
Talvez você já tenha desejado ver o sol,
Quando tudo pareceu noite,
Ou quando tudo terminou em chuva...
E mais uma vez o sol não apareceu.
Talvez você já tenha desejado apagar o passado de alguém,
E sofrido em silêncio por saber de sua fraqueza.
Talvez tenha desejado dormir e não mais acordar,
Tentando adiar mais um dia sem sentido...
Talvez você também apenas se preocupe com o futuro,
Encontrando nele o adiamento do presente...

2 comentários:

Anônimo disse...

Porque viver é tão contráditorio? Porque é tão difícil e porque as coisas precisam acontecer de uma só vez? Sei lá, e que se fodam os problemas "Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também.", to sempre aqui com você!

Anônimo disse...

E, com uma obediência espantosa, espanto-me.

Quando a frustração se torna consciente, quando posso enxergá-la, é isso que enxergo. Contra a descrença podemos lutar. Mas o contraste entre aquilo que se sonhou e aquilo que se vive se manifesta às vezes de forma tão violenta, que é impossível que a angústia não bate a porta.

E o que mais me assusta, realmente, são os momentos em que o futuro é o adiamento do que gostaríamos que fosse o presente.

(E por quanto tempo ainda será?)